quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"Quando o carteiro chegou..."









E trouxe nas mãos um monte de contas, contas e mais contas. Quando muito um cartão postal da sua loja de roupas preferida oferecendo uma promoção de 10 porcento de desconto numa ocasião especial como o seu aniversário.
O que aconteceu com o delicioso hábito de escrever cartas? Além da tecnologia que nos tira cada vez mais a boa caligrafia, porque este gesto de troca foi deixado pra trás?
Outro dia abri o meu baú de memórias e encontrei aquela caixa lotada de cartas dos amigos em diferentes etapas da minha vida. Ahhhh. Simplesmente adoro minhas sessões "Recordar é viver". Mas, mesmo que delicioso a verdade é que reler uma carta não substitui o sabor de receber uma nova e atual.
Pois, dia desses, como gosto de dizer, tive essa alegria de volta. Recebi uma carta de uma grande amiga minha. Estava chegando em casa naquele típico afobamento de fim de tarde, perdida entre sacolas do supermercado, bolsa, chave e correspondência na mão. Aquela cena corriqueira do cotidiano contemporâneo que a gente tão bem conhece.
Num segundo, o envelope desenhado e colorido, já entrelaçado entre meus dedos, fez com que eu largasse tudo para sentar e reviver a emoção de ler, com o maior sorriso estampado no rosto, as novidades da minha amiga Valentine. Li e reli. Dobrei, desdobrei, senti o cheiro do papel, ouvi o barulho da troca de páginas e com a ponta dos dedos percebi sua textura. Olhei cada detalhe. O despertar de alguns dos nossos sentidos.
Foi mágico. E essa magia acelerou a vontade e ascendeu a inspiração que eu precisava para entrar na produção de novos cartões. Afinal é Papel da Chica resgatar e incentivar a escrita, os seus valores e o gesto que respresenta mandar uma carta para alguém.
Por isso, que voltem as cartas e os carteiros com aquela carta na mão.